sábado, abril 04, 2009

A importância da comunicação do risco:

Tenho estado preocupada com um subtipo da Influenza - o H5N1 (a tal Gripe das Aves). Neste momento, penso ser possível dizer que é a primeira vez na “História” que o “Homem” tenta antever um cenário de pandemia. Como sabemos, algumas das catástrofes de referência remontam a 1918 (Gripe Espanhola - H1N1) e, posteriormente em 1968 (Gripe de Hong Kong - H3N2) entre outras… Estamos em 2009 e a possibilidade de uma deflagração da “gripe das aves” é alarmante (apesar do silêncio imposto por alguns “profissionais”). Poderia discutir a problemática por várias fases, no entanto, quero salientar (obviamente) o caso português. Neste instante não tenho clareza suficiente para me lembrar do que se discutiu à uns tempos atrás. Todavia, recordo-me que se falava muito porque é que o “Estado” não investia na compra de zanamivir ou oseltamivir para actuar face a uma situação de pandemia. Para mim, é preciso ver e dizer às pessoas o seguinte: estes “fármacos” não são uma vacina! Estes fármacos são apenas inibidores que impedem o “inóculo” infeccioso hospedeiro. Se me perguntarem pelas nossas reservas (não sei onde estão), mas saberei que apenas teremos “fármacos” que cubram de 25 a 40% da população. Poderá pensar-se (como inicialmente também me ocorreu): porquê tão pouco? A resposta (agora) parece-me simples: qual relação entre custo e efectividade? Haverá estirpes infecciosas resistentes? Obviamente que se temos tanta incerteza a percentagem de fármacos é suficiente para actuar rapidamente, actuar face a um mal maior. Ora a par disto, depende obviamente a “reacção social”. Neste momento, a “crise social” está completamente implementada e, face a uma pandemia de H5N1 temos duas hipóteses possíveis: 1ª- a população mantém a calma e organização de recorrer primeiro aos “tele-cuidados” e só depois cuidados primários…2ª- entra-se num pânico absoluto onde teremos médicos de baixa, polícias doentes, bombeiros em locais incertos, pessoas a assaltar farmácias, ou seja, uma luta pela sobrevivência que contribuirá, por certo, para a morte de milhares de pessoas…
É por isto, que precisamos de uma estratégia populacional preventiva (sim, porque as estratégias de alto risco numa situação destas não funcionam). Justificando e lembrando a algumas pessoas, a prevenção poderá: a) promover o crescimento, desenvolvimento e resistência à doença; b) o impedir o início da doença; c) retardar o progresso da doença; d) reduzir a incapacidade e dependência. Noutro ponto de vista, a par da medicina preventiva são precisas pessoas capazes de lidar com situações de “pânico” e que saibam actuar nos determinantes sociais. E mais não digo…

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