"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. - Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra" (A Bíblia Sagrada, trad. João Ferreira de Almeida, Envangelho de S. Mateus, Cap. 5, Versículos 38, 39).
É-me possível perguntar: "EU" "QUEM"?
E dou-me a esta leitura: "Mas quem assina? É Deus, o Absolutamente Outro, como sempre. A violência divina terá precedido, mas também dado, todos os nomes. Deus é o nome desta violência pura - e justa por essência: não existe outra, não existe nenhuma outra antes dela, e diante da qual ela tenha de se justificar. Autoridade, justiça, poder e violência são nele uma só coisa.
Sempre o outro assina, eis talvez aquilo que este ensaio assina. Ensaio de assinatura que se arrebata na sua verdade, a saber, que sempre o outro assina, o absolutamente outro e absolutamente outro é absolutamente (qualquer) outro [tout autre est tout autre]. É o que se chama Deus, não, é o que se chama Deus quando necessariamente ele assina no meu lugar, mesmo quando eu creio nomeá-lo, a ele. Deus é o nome desta metonímia absoluta, o que ela nomeia deslocando os nomes, a substituição e o que se substitui nesta substituição (...)". (Derrida, J. (2003). Força de Lei ( Bernardo, F. trad.). Porto: Campo das Letras. Pp. 100-101).
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