"Em Ti a Terra:
Pequena
rosa,
rosa pequena,
às vezes,
diminuta e nua,
parece
que numa das minhas mãos
tu cabes,
que assim vou apertar-te
e levar-te à boca,
mas,
de repente,
os meus pés tocam os teus pés e a minha boca os teus lábios,
cresceste,
os teus ombros erguem-se como duas colinas,
os teus peitos passeiam pelo meu peito,
o meu braço mal consegue cingir a delgada,
linha de lua nova que há na tua cintura:
derramaste-te no amor como água do mar:
meço apenas os olhos mais dilatados do céu
e inclino-me sobre a tua boca para beijar a terra".
Neruda, P. (2004). Os versos do capitão (Martins, A., Trad.). Porto: Campo das Letras. P. 15.
terça-feira, junho 02, 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário