No ano em que "decidi" dar outra direcção à minha vida parece que acordei num outro "mundo". Quando dei por mim já me era solicitada (ok, era mesmo exigida) a descrição geral do sistema imunitário, especificando os subtipos de linfócitos e as respectivas funcionalidades. Ora, necessitei de começar por algum lado.. Assim foi:
Parti do princípio que a imunologia investiga os fenómenos da imunidade, ou seja, os fenómenos de resistência contra agentes infecciosos ou, doutro modo, os fenómenos que possam afectar a integridade do organismo. Assim, foi possível atentar aos dois meios que o organismo dispõe para "lidar" com os agressores. Então, numa primeira via temos meios espontâneos e não específicos e, numa segunda via, temos meios adquiridos e qualificados de específicos.
A primeira via abrange: 1) factores tecidulares (inclui o revestimento cutâneo -mucoso, as condições de pH, os processos enzimáticos de origem bacteriana e, a actividade de enzimas das secreções mucosas como a lisozima); 2) factores celulares que qualificam a reacção inflamatória (tem por finalidade captar e eliminar agentes "estranhos" pelo processo da fagocitose); 3) factores humorais (que pelo que percebi são anticorpos adquiridos); 4) factores constitucionais (que me parece levar a uma mecanismo de defesa inespecífico através do interferão). Já numa segunda via temos os meios de defesa adquiridos e específicos respectivos às reacções imunitárias. Estas acabam por ser a reacção do organismo (através do antigénio captado por macrófagos) à "penetração" de alguma substância estranha. Por conseguinte, podemos distinguir dois tipos de reacção imunitária: a) humoral, aquela que se caracteriza pela síntese de imunoglobulinas através do tecido linfóide como resposta aos anticorpos circulantes; b)celular, aquela que provém da acção das células mononucleadas que actuam directamente ou através de substâncias intituladas de citoquinas. Porém, para entender tudo isto talvez seja necessário esclarecer que as células do sistema imunitário envolvem linfócitos e várias células acessórias. As células acessórias possuem quase todas as células sanguíneas, acabando por intervir nas diferentes fases da resposta imunitária (apresentação antigénica; regulação da resposta imunitária; efectivação da resposta imunitária). Contudo, a célula linfóide que é promotora dos vários tipos de células denomina-se de "stem cell" (célula mãe), permitindo a sub-divisão em Linfócitos T, Linfócitos B e Células NK ("Natural Killer"). O mais curioso de observar acaba por ser a organização das células linfóides disseminadas nos órgãos linfóides. É, por isto, que "possuímos" órgãos linfóides primários (medula óssea e timo) que originam a diferenciação e maturação linfocitária; e, órgãos linfóides secundários (baço, amígdalas, tecido linfóide associado às mucosas) que dão origem à interacção dos linfócitos com o antigénio ou outras células acessórias. Neste contexto e indo de encontro ao objectivo do que me era "solicitado", foi possível diferenciar os Linfócitos T dos Linfócitos B.
No que diz respeito aos Linfócitos T podemos mencionar pelo menos dois subtipos: LT CD4 e LT CD8. As células LT CD4 ainda se subdividem em Th1 (que activam os macrófagos e células citotóxicas) e Th2 (que activam os linfócitos B efeito "helper" e produção de anticorpos para a defesa de parasitas). As células LT CD8 acabam por produzir citotoxidade após a estimulação Th1. Há ainda a referir que tanto os LT CD4 como os LT CD8 têm um portador de complexo CD3/ TCR para que se encontre a especificidade dos Linfócitos T face aos antigénios. Já no que diz respeito aos Linfócitos B, são responsáveis pela Imunidade Humoral, produzindo anticorpos (apesar de não matarem o vírus tumoral). Talvez seja mais correcto dizer que estes LB acabam por se diferenciar em células produtoras de imunoglubinas, ou seja, em anticorpos (nos quais temos cinco classes: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD). Porém, este processo depende sempre da coadjuvação dos Linfócitos T (no caso dos CD4 Th2 temos a acção auxiliadora; nos CD4 Th1 temos a estimulação limitada da produção de imunoglobinas). Devo ainda salvaguardar a importância das células NK (matam espontaneamente certas linhas tumorais), pois são desprovidas de receptores com variabilidade "colonal" que são próprios para antigénios. "Há coisas fantásticas não há" ?
Parti do princípio que a imunologia investiga os fenómenos da imunidade, ou seja, os fenómenos de resistência contra agentes infecciosos ou, doutro modo, os fenómenos que possam afectar a integridade do organismo. Assim, foi possível atentar aos dois meios que o organismo dispõe para "lidar" com os agressores. Então, numa primeira via temos meios espontâneos e não específicos e, numa segunda via, temos meios adquiridos e qualificados de específicos.
A primeira via abrange: 1) factores tecidulares (inclui o revestimento cutâneo -mucoso, as condições de pH, os processos enzimáticos de origem bacteriana e, a actividade de enzimas das secreções mucosas como a lisozima); 2) factores celulares que qualificam a reacção inflamatória (tem por finalidade captar e eliminar agentes "estranhos" pelo processo da fagocitose); 3) factores humorais (que pelo que percebi são anticorpos adquiridos); 4) factores constitucionais (que me parece levar a uma mecanismo de defesa inespecífico através do interferão). Já numa segunda via temos os meios de defesa adquiridos e específicos respectivos às reacções imunitárias. Estas acabam por ser a reacção do organismo (através do antigénio captado por macrófagos) à "penetração" de alguma substância estranha. Por conseguinte, podemos distinguir dois tipos de reacção imunitária: a) humoral, aquela que se caracteriza pela síntese de imunoglobulinas através do tecido linfóide como resposta aos anticorpos circulantes; b)celular, aquela que provém da acção das células mononucleadas que actuam directamente ou através de substâncias intituladas de citoquinas. Porém, para entender tudo isto talvez seja necessário esclarecer que as células do sistema imunitário envolvem linfócitos e várias células acessórias. As células acessórias possuem quase todas as células sanguíneas, acabando por intervir nas diferentes fases da resposta imunitária (apresentação antigénica; regulação da resposta imunitária; efectivação da resposta imunitária). Contudo, a célula linfóide que é promotora dos vários tipos de células denomina-se de "stem cell" (célula mãe), permitindo a sub-divisão em Linfócitos T, Linfócitos B e Células NK ("Natural Killer"). O mais curioso de observar acaba por ser a organização das células linfóides disseminadas nos órgãos linfóides. É, por isto, que "possuímos" órgãos linfóides primários (medula óssea e timo) que originam a diferenciação e maturação linfocitária; e, órgãos linfóides secundários (baço, amígdalas, tecido linfóide associado às mucosas) que dão origem à interacção dos linfócitos com o antigénio ou outras células acessórias. Neste contexto e indo de encontro ao objectivo do que me era "solicitado", foi possível diferenciar os Linfócitos T dos Linfócitos B.
No que diz respeito aos Linfócitos T podemos mencionar pelo menos dois subtipos: LT CD4 e LT CD8. As células LT CD4 ainda se subdividem em Th1 (que activam os macrófagos e células citotóxicas) e Th2 (que activam os linfócitos B efeito "helper" e produção de anticorpos para a defesa de parasitas). As células LT CD8 acabam por produzir citotoxidade após a estimulação Th1. Há ainda a referir que tanto os LT CD4 como os LT CD8 têm um portador de complexo CD3/ TCR para que se encontre a especificidade dos Linfócitos T face aos antigénios. Já no que diz respeito aos Linfócitos B, são responsáveis pela Imunidade Humoral, produzindo anticorpos (apesar de não matarem o vírus tumoral). Talvez seja mais correcto dizer que estes LB acabam por se diferenciar em células produtoras de imunoglubinas, ou seja, em anticorpos (nos quais temos cinco classes: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD). Porém, este processo depende sempre da coadjuvação dos Linfócitos T (no caso dos CD4 Th2 temos a acção auxiliadora; nos CD4 Th1 temos a estimulação limitada da produção de imunoglobinas). Devo ainda salvaguardar a importância das células NK (matam espontaneamente certas linhas tumorais), pois são desprovidas de receptores com variabilidade "colonal" que são próprios para antigénios. "Há coisas fantásticas não há" ?
Pode procurar-se algumas referências bibliográficas: P. Lentonturier (2004), Guia Prático Climepsi de Imunologia Geral (trad. Sousa, C. e Alegria, P.). Lisboa:Climepsi Editores. Pp.15-33. / M. S. Rosa e A. M. Pinto, «Princípios Básicos sobre a Resposta Imunitária», pp. 1-17. / W. F. C. Ferreira, J. C. F. Sousa (coordenação) (1998). Microbiologia Vol. 1. Lisboa: Lidel-edições técnicas. Pp.162-163./ http://www.cs.unm.edu/~immsec/html-imm/introduction.html.
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