"Enfim, um pássaro cantou...
Que me diz aquela voz que eu não esperava? Porque ela tem um valor...Eu quero que ela tenha um valor!
Diz-me, naturalmente, que nós somos uns seres muito sensíveis e inquietos, que tudo nos agita. E... ai de nós quando deixarmos de assim ser!
Ai de nós quando cegarmos e ensurdecermos moralmente!
Só de pensar na perfeita indiferença, ou na perfeita serenidade, o coração se me aperta. Penso que será a antecipação da morte.
Mas não é só este pensamento que me aflige. É também o medo de deixar de ser o que julgo ser. E ainda a desconfiança de que o sou muito pouco, isso que sou... que a minha sensibilidade foi sempre pobre e desperdiçada!" Lisboa, I. (1973). Solidão. Lisboa: Portugália Editora (Círculo de Leitores). P.49.
Que me diz aquela voz que eu não esperava? Porque ela tem um valor...Eu quero que ela tenha um valor!
Diz-me, naturalmente, que nós somos uns seres muito sensíveis e inquietos, que tudo nos agita. E... ai de nós quando deixarmos de assim ser!
Ai de nós quando cegarmos e ensurdecermos moralmente!
Só de pensar na perfeita indiferença, ou na perfeita serenidade, o coração se me aperta. Penso que será a antecipação da morte.
Mas não é só este pensamento que me aflige. É também o medo de deixar de ser o que julgo ser. E ainda a desconfiança de que o sou muito pouco, isso que sou... que a minha sensibilidade foi sempre pobre e desperdiçada!" Lisboa, I. (1973). Solidão. Lisboa: Portugália Editora (Círculo de Leitores). P.49.
Foto. minha.
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