sábado, julho 11, 2009

Laços por vir:


Ao transpor os "arcos" lembrou-se que: "Era uma rua comprida, com muros altos, amarelos. Seu coração batia de medo, ela procurava inutilmente reconhecer os arredores, enquanto a vida que descobria continuava a pulsar e um vento mais morno e mais misterioso rodeava-lhe o rosto. Ficou parada olhando o muro. Enfim pôde localizar-se. Andando um pouco mais ao longo de uma sebe, atravessou os portões do Jardim Botânico" (Lispector, C. (2008). Laços de família - contos (2ª ed.). Viseu:Tipografia Guerra. P.21). Sentia o aroma de um florir meio seco, meio aquoso. Tímida, ela sorria, rendida por uma hipnose de tonalidades, deixou-se penetrar por cruzamentos de alianças. Por momentos ainda resistiu - até perceber que a "entrega" cessava a sede dos seus lábios.

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