sexta-feira, novembro 05, 2010

Como é que um filme que é era para se chamar The Soldier's Wife acaba em The Crying Game?

8 comentários:

  1. é uma pergunta retórica ou não viu o filme e quer que lho conte / lhe explique?



    (brilhantissimo filme, btw)

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  2. Não tem tudo a ver...?
    A mulher de um soldado, só não será um jogo de lágrimas, se tiver tendência para encontrar divertimentos alternativos...
    Algo que a faça esquecer dos perigos por que o seu soldado estará a passar...

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  3. Sem-se-ver,
    Corrigi a gafe, tinha um "e" a mais.
    É, de facto, uma pergunta retórica. Mas a Jeune coitada, diz que não percebeu o filme e adora que a ensinem.
    Btw não parece ao estilo do David Lynch?

    :-)

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  4. Bartolomeu,
    Voltamos à sensação que lhe respondi em Keats: a chegada (arrivant) do inesperado (ou espectro) entre o real (aspas) e o virtual (aspas), relança-me (como nos lembra Derrida) na expectativa que brota, justamente, de uma não expectativa…
    (E ela não esquece o "soldado")...

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  5. Conceitos muito amados pela filosofia Budista, mas, um pouco em contramão com o da desconstrução, não lhe parece?!
    De todo o modo, muito simpáticos à nossa compulsiva qualidade de desejar.
    Algo que se enquadra no mito da Phénix...
    ;)

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  6. nada ao estilo de lynch, jeune. ai, onde sequer entreviu essa - estranha - possibilidade? explique-me.

    realismo britanico do melhor, isso sim.

    é a mulher do soldado. se fosse esse o título primeiramente pensado (sinceramente não acredito, pois todo o twist point da obra se desvaneceria e, com ele, grande parte do interesse do filme em si), tornar-se-ia demasiado claro que o filme roda à volta de um amor, e amor nunca esquecido ou suplantado, de uma mulher cujo marido se encontra 'fora'.

    é crying game em todas as vertentes do filme: a guerra na irlanda; a história de amor entre ela e o soldado; a historia de amor entre ela e o protagonista - projecção do seu marido; a impossibilidade de o protagonista a amar a ela.

    crying game, no fundo, por nunca ninguém ter o que deseja.

    crying game por todo o amor se limitar a amizade.

    crying game porque nunca podemos escapar à nossa natureza.

    everybody hurts, diria o outro.

    beijo de bom fds.

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  7. Bartolomeu,
    Desculpe-me discordar totalmente de si. Aliás não preciso de o dizer, basta ler "a" obra derridiana. Desconstrução nunca será um conceito. (No budismo há, de facto, um sentido de elevação (Nirvana), mas, no fim, ainda tenta pensar o nada do nada que, a meu ver, anula o Nirvana)...
    Obrigada pela doxa...

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  8. Sem-se-ver,
    O paralelo sente-se entre o The Crying Game e o Mulholland Drive… unem-se pelo surrealismo de um certo «amor» - de qualquer modo, mil e uma noites, para mim, com o David Lynch…
    Boa semana, o meu abraço.

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