“Nossa Senhora da Solidão
Ao longo de todo o Verão ela tocou-me.
Ela concentrou-se na minha alma.
De muitos espinhos, de muitos bosques,
os seus dedos como uma tecedeira, rápidos e frios.
E a luz vinha do seu corpo.
E a noite passava através da sua graça.
Durante todo o Verão ela tocou-me,
e conheci-a. Conhecia face a face.
O seu vestido era azul e prateado,
as suas palavras eram poucas e curtas.
Ela é o vaso do mundo inteiro.
Amante, amante de nós todos.
Cara Senhora, Rainha da Solidão,
agradeço-te do fundo do coração,
por me guardares tão perto de ti
enquanto tantos andam afastados.
E a luz vinha do seu corpo.
E a noite passava através da graça.
Durante todo o Verão ela tocou-me,
E conheci-a. Conheci-a face a face".
Cohen, L. (1985). 59 Canções de Amor e Ódio e Um Poema Sobre Portugal (Marques, J. A. Trad.). Coimbra: Fenda/Centelha. P.115.
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